Lá fui eu debaixo de uma chuva torrencial encontrar com meu orientador para sua palavra final sobre a monografia. Borboletas voavam livremente no meu estômago enquanto dirigia. Isso porque parecia que a faculdade, que é bem pertinho daqui, ficava a quilômetros de distância e por eu não estar enxergando absolutamente nada por causa da chuva.

Quando cheguei, meu orientador foi um fofo como sempre. Sentou-se comigo e pegou uma folha toda escrita, pensei: “Danou-se, ele odiou tudo e vou ter que mudar essa joça toda até terça-feira.”.

Ele olhou para mim e abriu o maior sorrisão do mundo:

“Adorei a sua monografia. Primeiro porque você teve muita coragem em falar sobre um tema com pouquíssimo material a respeito, segundo porque eu vi que você realmente se esforçou e o trabalho saiu muito bom!

Isso que eu escrevi aqui são só alguns toques, porque a única coisa errada que eu encontrei, que é até uma coisa boba, é que no corpo da monografia você diz que os atletas profissionais de futebol não tem direito a aposentadoria, mas eles tem sim, já que contribuem para o INSS.

No resto está tudo perfeito, inclusive, você mencionou um fato extremamente curioso, que eu nunca havia reparado. O artigo que fala do salário do jogador na Lei Pelé não menciona a necessidade de não-eventualidade. Você pensou nisso sozinha? Eu se fosse você até me aprofundava um pouco mais nisso, porque é muito interessante.”

Naquele momento senti um enorme orgulho de mim mesma. Isso é tão raro de acontecer comigo que aproveitei cada segundo. Meu professor é procurador, ele é MUITO bom. Ouvir um elogio desses vindo dele é mais do que gratificante!

Depois que terminamos de conversar, fui até a secretaria perguntar sobre a minha banca:

“Poxa, mas esses professores são meio carrascos, né? Já ouvi falar meio mal deles.”

“Lara, com o orientador que você tem, não precisa se preocupar nem um pouquinho, ele é o melhor por aqui e ninguém contesta ele! Fique tranqüila. Sem contar que ele é um amor, ele vai te ajudar na hora da defesa, caso você se enrole.”

Além de feliz, saí de lá aliviada. Não consegui falar com o Fernando, que estava na academia, liguei então pro meu pai, que ficou todo orgulhoso e disse que “já esperava por isso”, coisas de pai coruja.

Depois, para o meu total êxtase, disse que havia pensado muito na minha proposta (eu tinha pedido a ele para que todos nós viajássemos no aniversário da minha mãe. Ela faz 50 anos e estava querendo muito viajar e toda triste porque provavelmente meu pai não iria querer.) e resolveu que vamos viajar sim!

Nossa! Minha mãe vai ficar felicíssima! Infelizmente ele me pediu para que eu não desse a notícia ainda, ele mesmo quer da-la semana que vem. Essa semana ele está indo viajar para a Ilha da Madeira a trabalho. Pedi para que ele trouxesse uma toalha de mesa com os famosos bordados de lá, para o meu enxoval e ele só riu! Porque será que ele não leva a sério o fato de que um dia eu ainda irei me casar? Hehehe!

E o que foi o primeiro jogo da Copa do Brasil hein? Um verdadeiro “massacre ineficiente” do Fluminense. O jogo foi ataque contra defesa o tempo inteiro, mas sem nenhum grande perigo para o Figueirense.

E quando o Flu teve alguma real chance de gol, como com uma cabeça a queima-roupa do Alex Dias e um chute rasteiro do Adriano Magrão, o goleiro do Figueirense foi muito competente e também contou bastante com a sorte.

Como “quem não faz, leva”, acabaram tomando um golaço de fora da área no finalzinho do segundo tempo. Esse resultado já seria muita injustiça, então, poucos minutos depois a bola finalmente resolveu entrar. Achei esse 1 a 1 mais do que justo, justíssimo!

O Figueirense conseguiu fazer exatamente aquilo a que se propôs, ou seja, se fechou direitinho e não saiu com a derrota, já o Fluminense não conseguiu fazer o dever de casa, não furou o bom bloqueio do time de Floripa.

Por óbvio não vi Grêmio x Santos, mas quando deitei para ver o Sportv News e eles passaram os melhores momentos, vi que deve ter sido um verdadeiro baile do Grêmio! Não passaram uma boa chance de gol do Santos! E ainda houve um pênalti contra o Grêmio não marcado! Jesus!

Achei ótimo! Nada contra o Santos, mas detesto o Vanderley Luxemburgo e toda a sua prepotência! Por isso estou torcendo pelo Grêmio na Libertadores.

Antes de mais nada, alguém pode me explicar que frio é esse? Credo!! Carioca não gosta disso não!

Bom, minha mãe ganhou duas massagens de 50 minutos no H-Stern Spa que fica no Shopping Rio Design Barra. Como de graça até injeção na testa e com o estresse que anda a minha vida, bem que uma massagem cairia bem, lá fomos nós.

No caminho o assunto obviamente era meu pai e a iminente separação. É impressionante como minha mãe não tem outro assunto. Ela começa a falar, começa a chorar e eu começo a ficar meio desesperada, sem saber o que fazer. Isso TODO SANTO DIA!

A verdade é que desde a briga séria que tivemos eu nunca mais dei nenhum tipo de toque para ela, mas ontem não agüentei! Ela não consegue colocar na cabeça que o casamento terminou, apesar dele já ter dito com todas as letras que não a ama mais.

Eu fico imaginando como deve ser difícil ouvir isso após um casamento de 24 anos, mas mesmo assim ela poderia pelo menos conseguir dar uma bola dentro, mas não. Ela só faz besteira! Liga todo santo dia pro cara para falar as mesmas coisas, gritar, chorar, ofende-lo e depois fica me perguntando porque ele parece estar com raiva dela!

Se ela deixasse ele sozinho, se ela o deixasse em paz por um tempo, talvez ele até pudesse sentir saudades, mas ela simplesmente não consegue! As vezes dá vontade de esconder o telefone da casa.

Mas para mim, a pior parte nem é essa! A pior parte é quando ela começa a pedir a minha ajuda, mas não a minha ajuda no sentido de ficar ao lado dela, mas ela quer que eu pare de falar com meu pai, que eu não o veja, não viaje com ele, que finja que ele morreu para que ele se sinta só e aí quando ele me liga e eu falo com ele, ela me culpa e diz que eu estou gostando da situação.

Quando não é isso, ela pede para que eu ligue para ele e peça para que ele volte atrás na decisão e não se separe! E não adianta eu dizer que já tive mais de uma conversa com ele, que já expus tudo o que eu acho, isso não a satisfaz!

Mas enfim, chegamos ao spa. O lugar era maravilhoso, uma mistura de jóias da H-Stern com produtos da Loccitane. Tiramos a roupa em um banheiro maravilhoso que quero gravar na mente para fazer igual na minha casa (ho ho ho), e fomos encaminhadas a uma sala com duas macas com aquecedores automáticos, velas acesas para todos os lados, uma banheira de hidromassagem e uma música ambiente relaxante.

A massagem foi maravilhosa, 50 minutos de puro relaxamento. A menina que estava fazendo em mim parecia ter mãos de fada! Uma perfeição! Saí de lá revigorada. Aconselho a todos vocês que se sentem sobrecarregados, estressados a tirarem um dia, juntar uma graninha e se dar esse presente. Bom demais!

E como estava em um daqueles dias de sorte ainda pude ver o Fábio Assunção ao vivo e a cores! Aqui no Rio nós vemos artistas a torto e a direito, mas ele era um dos que eu ainda não tinha visto e tinha muita curiosidade.

Ele estava com uma camiseta azul, uma calça jeans toda estilosa (rasgada, manchada) e havaianas. Com um aspecto um tanto quanto estranho. Ele não é muito alto e é extremamente magricelo, mas em compensação tem o rosto mais lindo que eu já vi! Maxilar quadrado perfeito, aquele cabelo loirinho espetadinho, uma coisa! Pena que ele estava de óculos escuros e não pude ver os olhinhos azuis, que com certeza combinariam com a camiseta que ele estava usando! Ai, ai...

Nada como uma boa segunda-feira à noite para ir ao cinema e assistir os filmes que andam esgotados todo final de semana. Essa segunda foi dia de “Piratas do Caribe 3”. Fomos eu, Fernando, Caio, Mamãe e meu irmão.

Gostei do filme, mas não achei nada de espetacular como o primeiro. Na verdade dificilmente, quando há uma trilogia, os filmes que seguem o primeiro são melhores do que esse. Na minha opinião, o primeiro filme da série foi sensacional, o segundo foi ótimo e o terceiro bom.

Mas porque não gostei tanto assim do filme? Primeiro porque achei longo demais. Duas horas e quarenta e cinco minutos não é para qualquer filme não. No final já estava totalmente impaciente, com dor nos joelhos, fome e louca para ir ao banheiro.

Depois achei que eles tiraram demais o foco do Jack Sparow. A verdade é que ele é a essência do filme, sua alma e demora uns 40 minutos para aparecer. Sem contar que esse filme não contou com tantas cenas de humor como os dois primeiros, assim acho que faltaram risadas.

De qualquer forma, o filme é bom com destaque para a cena da batalha final que é sensacional! Aí sim com muita adrenalina, muito Jack Sparow e muitas risadas, como deveria ser o filme como um todo.

Quem está impagável e a cara do Jack Sparow é o guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards que faz uma rápida interpretação do pai do pirata.

Sexta foi dia de Cabaret Kalesa! Sexta foi dia de dançar, e dançar muito! O lugar não estava cheio, mas o Dj arrebentou, como sempre, com músicas brasileiríssimas que fazem a cabeça do povo. À meia noite rolou o famoso show de Streap Tease onde o mesmo homem e a mesma mulher de sempre, fazem as mesmas coisas de sempre. Está começando a ficar sem graça!

Tomei duas caipiroskas batizadas, mas mantive a linha, até porque estava com todos os amigos do Fernando e não queria pagar mico como pagou a “ficante” de um dos amigos dele que chegou lá depois de um casamento com asinhas de borboleta, gravata brilhante e cartola.

No sábado rolou um almoço de aniversário de uma das coroas “amigas” do Fernando no Fluminense. Não sei se já contei por aqui, mas ele não só é envolvido com o futebol, mas também com as políticas do clube e nas próximas eleições irá ajudar na chapa de um dos candidatos a presidência concorrente do Orcades.

O almoço até que não foi tão sacal quanto os outros. Rolaram vários assuntos na mesa e não só Fluminense, Fluminense e mais Fluminense. O que eu achei mais interessante foi ver que as namoradas dos amigos do Fernando que vão com ele para o sul ver a final da Copa do Brasil estão tão ou mais indignadas do que eu.

Teve uma que inclusive obrigou o namorado a ver o jogo e voltar no mesmo dia de madrugada. Eu não cheguei a tanto. Na verdade já entubei, apesar de todas as gracinhas que tenho ouvido por aí sobre a “comemoração do título”, se é que esse título vem.

No final, quando fui me despedir da aniversariante, ela vira-se para mim e diz:

“Lara você tem que me dar o seu telefone, porque nós mulheres temos que nos unir nesse momento de eleição para ajudar no que for preciso, pois eles irão precisar e muito do nosso suporte.”

“Ah sim! Tudo bem, pode pegar meu número com o Fernando depois.”

Sai do salão, parei e fiquei meditando por alguns segundos, até que Fernando chegou:

“Amor, que parte do EU NÃO SOU FLUMINENSE, que essa mulher não entendeu?”

“Ah! Mas você vai ter que nos ajudar, ela gostou muito de você e ela é muito importante para nós!”

“Olha Fernando, eu posso até ajudar vocês com essa história de candidatura, mas vai custar um preço.”

“O que?”

“Muitas idas a São Januário. E SEM RECLAMAR!”

Ele deu uma risadinha, e disse que pensará no caso. Ah! Fala sério! Esses dias um amigo meu perguntou se eu estava comprando ingresso pro jogo do Flu, pois tinha me visto na televisão nas Laranjeiras! Esse negócio ainda vai acabar com a minha reputação!

À noite ainda tivemos pique e estômago para ir à uma churrascaria, no aniversário de mais um dos amigos do Fernando. Vai ter amigo assim lá longe! Comi igual a uma vaca gorda! Ninguém merece!

E finalmente chegou o domingo e com ele o jogo do Vascão x Náutico. Jogo esse que nem pude assistir na íntegra, pois tinha um chá de fraldas da prima do Fernando para ir.

Pelo que vi e ouvi do jogo o Vasco jogou com muita raça e também muitas faltas. Fico me perguntando, como é que o time que foi o menos faltoso do Campeonato Brasileiro de 2006 pode ser agora um dos times mais cavalos do Campeonato de 2007?

Simples! Esse é o estilo ou a falta de estilo do Celso Roth! Eu ainda não entendi como é que ele pode escalar na zaga aqueles dois cabeças de bagre e não deixar o Dudar nem no banco! Tem algum xabú por aí. E essa contusão do Leandro Amaral que não passa nunca? Ah me poupe!

Falando em Amaral, esse é uma verdadeira vergonha nacional! Aquilo ali não serve nem pra jogar pelada no aterro! Só sabe fazer faltas! É uma desgraça para o time. Mas aí não posso atribuir a culpa nem ao técnico porque É O QUE TEM! Ai Vasco...

O chá de fraldas foi bem legal. Mal minha mãe entrou no recinto e uma das primas do Fernando que ainda não a conhecia falou: “Nossa, como a sua mãe é linda Lara! O Fernando escolheu bem a sogra.”.

Não é porque é minha mãe não, mas a bichinha, apesar de estar acima do peso, é muito bonita. Meu pai sempre conta que ela quando era mais nova era de “fechar o comércio”. Eu acho que até hoje ela fecha algumas quitandas.

Tomamos uma cervejinha, comemos uns salgadinhos e fomos para casa assistir aos 2 últimos episódios de 24 Horas. Essa temporada foi uma das piores da série, sem o famoso elemento surpresa, sem muita emoção, enfim, uma bela porcaria. Ou eles melhoram, ou vou parar de assistir.

Não encontrava uma boa alma que quisesse me levar lá no final do Recreio para consertar o Emiliano. Dentro de mim havia uma voz que dizia: “Não é nada. Pode ir sozinha.”, mas resolvi ignora-la. Até porque se ela estivesse errada eu estava ferrada!

Mas eis que surge meu herói, meu cavaleiro andante, Fernando que conseguiu sair do trabalho mais cedo, trouxe canjica feita pela senhora minha sogra (MA-RA-VI-LHO-SA) e de quebra foi comigo até aquele reino longínquo chamado Recreio dos Bandeirantes.

Já cheguei lá sem a menor paciência, mas meu herói disse que cuidaria de tudo, bastaria que eu ficasse de bico calado e assim foi. Não havia um único gerente naquela joça para que pudéssemos fazer uma reclamação. O jeito foi esperar o bondoso atendente da parte técnica.

Ele pegou meu carro, e já ia levando para dentro quando eu resolvi abrir a boca e falei que o problema era a marcação da temperatura do ambiente exterior, ou melhor, a falta dela.

Ele então fez uma cara e resolveu olhar antes de levar, resultado: Em 10 minutos ele resolveu todo o problema e Emiliano ficou lindo e fagueiro novamente, inclusive marcando a temperatura exterior!

Fernando me lançou um olhar aliviado por não ter que voltar lá comigo hoje de novo para buscar o carro, mas ao mesmo tempo deve ter se perguntado: “O que diabos eu vim fazer aqui.”. Mas vejam só que coisa fofa, nem reclamou! Pelo contrário, ficou feliz por ser um problema a toa e lá fomos nós de volta à civilização.

Ó Lara, como seu namorado é fofo e bonzinho! Mas tudo na vida tem o seu preço né? E o dele é a bendita viagem para o sul, para ver a final da Copa do Brasil. Como eu ando “cagada de urubu”, o segundo jogo vai ser lá, ou seja, se rolar qualquer tipo de comemoração será lá. Mas eu estou conformada.

No fundo eu confio muito nele, sei que ele só quer ver o time dele e que não vai passar disso, mas que dá um ciumezinho controlável aqui dentro, isso dá! Como tudo na vida tem o seu lado positivo, ele anda um amor comigo! Fazendo todas as minhas vontades.

Ontem até deixou de ir jogar o seu sagrado futebol de toda quinta-feira alegando que “queria ficar comigo”. Sei... consciência pesada é uma merda mesmo!

Sim! Ele fode a minha vida! E por quê? Simplesmente porque semana passada Fernando virou-se para mim e disse: “Lara, você sabe que se a final da Copa do Brasil for Figueirense x Fluminense eu vou até Floripa, né?”

Imaginem a minha felicidade quando aquela piranha daquela bandeirinha anulou aqueles dois gols legítimos do Botafogo e para completar a cagada aquele medíocre daquele goleiro me engole um frango do tamanho do mundo aos 44 do segundo tempo!

Está para nascer um time mais amarelão do que o Botafogo, ou mais azarado não sei, até porque foi garfado na final do Carioca e agora na semi final da Copa do Brasil. Se bem que se você for analisar bem, eles garfaram o Atlético Mineiro antes, então tecnicamente não era nem para terem chegado na semi-final. Vai ver é justiça divina, não sei. O que eu sei é que ferrou a minha vida.

Ontem depois do jogo, que o Fernando tinha ido assistir em um buteco pé sujo e xexelento sei lá onde já começamos a discutir. Mulheres do meu Brasil, o que vocês achariam do homem de vocês soltinho, soltinho em Floripa, que é conhecida por abrigar as mulheres mais bonitas do Brasil?

O pior será se o segundo jogo for lá. Porque aí, se a porcaria do Fluminense ganhar, ele vai querer comemorar com os amigos, e são essas comemorações que me assustam.

Ele disse que eu tenho que confiar nele, que ele vai no dia do jogo à tarde e volta no dia seguinte de manhã, mas e a noite que fica no meio disso aí? Não estou gostando nada nada dessa idéia! “Lara, tem quase 24 anos que meu time não ganha um título nacional.”.

Ah! Tadinho! Juro que fico até com pena, realmente torcer para o Fluminense deve ser um suplício: ter que se contentar com trocentos cariocas e ainda ver o time ser rebaixado mais umas trocentas vezes não dever ser bom pra ninguém, mas isso não me interessa!

A minha única esperança estava em quem? No amarelão do Botafogo... ter esperanças em um timeco pequeno e sem expressão como o Botafogo é a pior coisa do mundo!

Vocês vão ter que perdoar o meu desabafo, mas ninguém tem idéia da pilha de nervos que eu fui dormir ontem por causa disso e para completar, acordo hoje, ligo pra concessionária e descubro que tenho que deixar meu carro lá de qualquer maneira e eles não tem um meio de transporte para me trazer de volta pra casa!

Parece até brincadeira de mal gosto, mas não é! Fernando trabalhando, minha mãe indo ao médico, Manu pegando mais cedo no trabalho, não tenho ninguém para me ajudar! Ainda estou aqui matutando uma idéia: ônibus e táxi estão fora de cogitação, a não ser que alguém ou me dê as coordenadas corretas, ou pague pra mim!

Sim, acordei amarga!

Tinha um carro da marca volkswagen. Estava super satisfeita com ele em todos os sentidos, mas meu pai é o tipo de cara que acha que passar muitos anos com o mesmo carro não é legal porque desvaloriza na hora da troca, principalmente quando muda o modelo, o que aconteceu com o meu.

Resolvemos troca-lo esse ano. Ele queria porque queria que eu comprasse outro carro idêntico. Poxa, quando a gente troca de carro quer ter alguma diferença, concordam? Comprar outro exatamente igual não era bem o que eu queria. Resolvi ir até a Peugeot e me apaixonei por um carro! Ele era muito mais lindo por dentro e vinha com muito mais acessórios!

Apesar de todos os protestos do meu pai consegui convence-lo a comprar o Peugout. Na minha opinião, o único problema do carro era que ele não tinha som com mp3, para contorna-lo mandei instalar um cabo para colocar o meu ipod para tocar.

Fui felicíssima buscar o “Emiliano”(eu dou nome para tudo!) na concessionária. Voltei dirigindo meio nervosa e meio atrapalhada. A embreagem era muito diferente e foi difícil me acostumar. Quando cheguei em casa peguei logo o ipod para ver como tinha ficado o som.

Uma bela porcaria ele tinha ficado, não estavam funcionando as caixas do lado esquerdo. Resultado: Lá fui eu ter que voltar na concessionária no FINAL do Recreio para que eles consertassem.

Quando cheguei por lá pedi para que eles aproveitassem e tirassem o “acendimento automático dos faróis” e o barulho insuportável que fazia quando eu tirava o cinto de segurança. O primeiro pedi porque era só eu ficar de baixo de uma sombra para o farol acender, isso em pleno dia, ou então bastava o dia estar um pouco mais escuro para eu ficar igual a uma idiota de faróis acesos (sem trocadilhos!). O segundo porque tenho mania de estacionar o carro sem cinto de segurança. E estacionar com um PIII PIII no ouvido, NINGUÉM MERECE!

Ao final de mais ou menos uma hora eles vieram me entregar o Emiliano. “Olha, arrumamos tudo pra você hein?”

De fato o som tinha ficado ótimo! E lá fui eu feliz e contente na minha viagem de volta pra casa. No primeiro túnel o farol não acendeu sozinho! Êêê! No segundo ele piscou e no terceiro voltou a acender, assim totalmente rebelde e voluntarioso.

Tudo bem, já fiquei chateada. De repente olhei para o mostrador do carro e onde marcava a temperatura não estava marcando absolutamente nada! Dois pauzinhos no lugar dos números! Ai que ódio! Simplesmente eles mexeram em alguma porcaria no carro que desconfigurou o meu ar condicionado que agora já não gelava tão bem.

Era o que bastava para meu pai ter uma síncope e mandar o famoso “Eu te disse!”. Fiquei ouvindo um sermão de horas! De como eu tinha necessidade de um carro simples e não um carro cheio de frescuras! Que computador de bordo era uma porcaria, que era só mexer em uma coisa para ferrar outra.

No final das contas vou ter que voltar ao final do Recreio, como se gasolina e banana custassem o mesmo preço e deixar o carro lá para um scan generalizado. E para completar a minha felicidade está caindo o maior pé d’água da face da Terra. Argh!

Ontem como quem não quer nada fui com Fernando ao cinema. Atualmente os filmes andam muito fracos, tirando “Homem Aranha 3”, que eu já assisti, nada realmente me apeteceu, mas, mesmo assim lá fomos nós.

Optamos por “Um crime de mestre”. O filme é bom e vale a pipoca, especialmente se você é formado em Direito. Por mais que o Common Law americano se diferencie bastante do nosso sistema brasileiro, não deixa de ser emocionante a batalha judicial travada entre o promissor promotor e o Réu, que escolhe ele mesmo se defender.

Através do filme vemos que muitas vezes a justiça é tudo, menos justa. O mundo real pouco importa em um processo judicial, para ele, a realidade é o que se encontra nos autos, logo, se não foi possível angariar provas suficientes que provem a culpa e a materialidade do crime, o Réu sairá em liberdade, mesmo que até a torcida do flamengo saiba que foi ele quem cometeu o crime.

Sinopse do Filme: Um homem mata sua esposa após descobrir que ela o estava traindo. No tribunal ele cria uma situação tão complexa que consegue ser absolvido, apesar de ter confessado o crime. Isto faz com que um promotor público, que jamais havia perdido um caso até então, passe a persegui-lo. Dirigido por Gregory Hoblit (Alta Frequência) e com Anthony Hopkins, Ryan Gosling e David Strathairn no elenco.

Quem me acompanha na minha vida blogueira há mais tempo já conhece essa história. Ela foi um dos motivos pelos quais criei o blog. Quando terminei com meu ex namorado há quase 2 anos atrás entrei em um estado um tanto quanto despirocado.

Bebia muito, saia todos os dias e só fazia besteiras. Em uma dessas minhas bebedeiras homéricas acabei ficando com o ex namorado e ainda amor de uma das minhas melhores amigas. Passei meses me condenando sobre essa historia que fez com que até hoje nós não tenhamos voltado a nos falar.

Apesar do meu “vacilo” ter sido somente com essa minha amiga, todos os nossos amigos em comum me viraram as costas, pararam de falar comigo, me condenando. Isso aconteceu em junho do ano passado, ou seja, já tem quase 1 ano. As pessoas, bem ou mal, voltaram aos poucos a falar comigo, não da mesma forma (até porque depois disso eu também não fiz muita questão), mas voltaram.

Uma das pessoas que me virou as costas foi o Luiz, que era um dos meus melhores amigos. Tínhamos inclusive passado mais de 1 mês juntos na Argentina e mesmo assim ele não quis saber e ainda condenava minhas amigas que ainda falavam comigo. Ele havia sido envenenado contra mim por um outro amigo nosso, que inventou histórias e fez com que ele tivesse raiva de mim não só pelo episódio envolvendo nossa amiga, mas por coisas que eu não tinha feito muito menos dito sobre ele. Isso me deixou muito triste, pois já não bastava eu pagar pelo que tinha feito, teria que pagar também pelo que não fiz?

Eis que esses dias estava no carro com minha amiga Manu quando o celular toca:

Alô?
Lara? Tudo bom?
Quem é?
Não conhece mais a minha voz não? Eu sei que já tem muito tempo...
(No fundo eu sabia quem era, mas não estava acreditando)
Luiz?
Eu mesmo!
Fala!
Estou te ligando porque faço parte da comissão de formatura e nós queríamos muito que você participasse da festa e da colação.
Mas eu já paguei a festa da turma da manhã.
É... a Tati me disse, mas mesmo assim eu resolvi te ligar.
Poxa... vê como vão ficar as coisas e me avisa. De repente eu até participo sim.
Eu vou te ligar semana que vem, até porque acho que nós temos muito o que conversar, não é?
(Nessa hora não agüentei e comecei a chorar)
É verdade. Me liga sim. Vou ficar esperando.

Quando desliguei eu tremia toda. Finalmente eu teria a oportunidade de ser ouvida, de me fazer entender, de dizer que tudo aquilo no que ele acredita é mentira. Que nunca falei mal dele, pelo contrário, eu o tinha na mais alta conta!

Liguei para o Fernando muito feliz. Ele só me chamou a atenção para um ponto: Não fale nem aja como se você tivesse alguma culpa. Se você deve desculpas a alguém, esse alguém é a Camila e não o Luiz, pois você não fez nada com ele!

Ele tem total razão! Essa é a pior história que tenho na minha vida, é o meu pior momento, aquele do qual eu mais me envergonho. Até conseguir conviver com esse erro, aceita-lo, demorou muito tempo. Eu simplesmente não conseguia me perdoar.

Mesmo agora, quase 1 ano depois, me bate a maior tristeza do mundo quando lembro de tudo aquilo. Quem sabe essa será uma oportunidade para a Camila também me ouvir?

E até que enfim o bendito gol mil saiu! Fernando, que tinha me levado a todos os jogos desde aquele lindo Vasco 3 x 0 Flamengo, para que nós conseguíssemos estar presentes no momento do gol mil, amarelou porque o Fluminense iria jogar contra o Grêmio, fora de casa e com o time quase todo reserva e ele PRECISAVA assistir.

Resultado: O Fluminense perdeu a partida por 2 a 0 e nós não estávamos presentes no histórico gol mil. Fiquei triste, bem triste. É muito chata a minha condição de “mulher que gosta de futebol”. Por mais que eu queira negar, o futebol é um esporte extremamente machista. Para mim fica praticamente impossível ir ao estádio sem uma companhia masculina, o que me deixa totalmente dependente dos outros, coisa que detesto.

Infelizmente conheço poucos vascaínos. Meu tio não é lá muito fã de futebol e disse que tinha um churrasco pra ir. Meu pai mora na Venezuela e perdi um pouco o contato com meu amigo que me levava a todos os jogos. Hoje em dia praticamente só o Fernando me leva para ver o Vasco e isso só quando o Fluminense não joga no mesmo dia. Tenho que ficar rezando para não dar a coincidência.

Estava torcendo muito para que esse gol mil saísse o mais rápido possível. Primeiro porque acredito piamente que ele atrapalhou e muito o meu time em sua campanha no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil, segundo porque o Romário em si já não é o mesmo jogador de alguns anos atrás e muitas vezes mais do que ajudar, atrapalha o time, sendo um jogador a menos.

A verdade é que Romário é Romário apesar de qualquer crítica que se possa fazer sobre a sua personalidade. O que ele é extra campo não importa, o que interessa é que ele é sim o gênio da pequena área e mereceu um gol mil dentro de um São Januário lotado, com todas as pompas a que tem direito.

Não foi no Maracanã como ele queria, mas foi em um local rico em histórias, conquistas e tradições. Como ele mesmo disse São Januário é um local de respeito, o local onde ele mais marcou gols em sua gloriosa carreira. Achei o palco perfeito, onde ele começou a se profissionalizar, onde ele foi descoberto pelo mundo será onde ele encerrará sua brilhante jornada e onde ele marcou o seu milésimo gol fazendo história, mais uma história de São Januário.

No momento do penalty prendi a respiração e me emocionei, enchi meus olhos d’água vendo toda a emoção envolvendo aquele momento e me entristeci ainda mais por não estar presente e não poder contar aos meus filhos que estava ali na arquibancada, gritando e comemorando junto com ele.

Definitivamente a TPM me pegou. Não ando tendo vontade de fazer absolutamente nada, muito menos ir à faculdade ou fazer a conclusão da minha monografia. Passar o dia inteiro entre internet e meus bordados foi o que eu fiz ontem.

Sem contar que minha empregada resolveu fazer um brownie e o fundo do coitado ficou TORRADO, preto! Mesmo assim mandei ver em metade da travessa! Não, eu não sou do tipo formiguinha, nem ligo para doce, mas quando estou na TPM parece que sou possuída pelo espírito das compulsivas por açúcar.

Passei o dia todo meio enjoada, mas nada foi empecilho para o meu choppinho da noite com Beatriz e Holotúria sem noção! Saudades dessa Holotúria safada que já não via há muito tempo.

Ficamos ali na Cobal, falando besteira, jogando conversa fora. É impressionante como todo mundo tem seus problemas familiares e no fundo, no fundo todos se parecem.

Três choppinhos depois fui para o aconchego do meu lar assistir o resto do jogo Fluminense x Brasiliense. Me dá uma raiva tão profunda ver o Renato Gaúcho comandando aquele time. Que saudades que eu tenho dele!

Já tinha dito pro Fernando que era só coloca-lo para trabalhar de novo com o Alex Dias para que ele reencontrasse seu futebol. Ontem ele jogou como não vinha jogando há muito tempo e ainda fez um dos seus famosos golaços para completar.

Hoje prometo vencer a preguiça e ir para a faculdade acabar a monografia, isso porque já não consegui levantar cedo para ir à aula. Mas tudo bem porque tive que acordar cedo de qualquer jeito, já que o bombeiro veio quebrar o meu banheiro por causa de um vazamento no vizinho de baixo. Ai... ninguém merece!!!

Já estou sem banheiro há muito tempo, e o pior, ontem depois de quebrarem tudo, descobriram que o vazamento é no vizinho acima de mim! Mas agora já que quebraram vão consertar por aqui! Raiva, raiva, raiva!

Me sinto no meio de um fogo cruzado desde que meu pai entrou pela porta da minha casa e jogou a bomba: “Quero me separar e não tem mais jeito.”. Desde então minha vida se transformou em uma pequena sucursal do inferno.

Sempre ouvi dizer que a separação era dura para os filhos, mas só quando eles eram pequenos. Idiota quem inventou essa lorota, pois tenho quase 24 anos e para mim toda essa história tem doído muito mais do que para o meu irmão de 17.

“Coitadinho, ele está em época de vestibular, não vamos contar nada para ele, vamos poupa-lo até o final do ano.”

E eu? Eu estou em época de monografia, final de curso, prova da OAB, aferição oral e ninguém me poupou, ninguém pensou em mim e no que eu estou passando.

Minha mãe não aceita a separação e quer jogar os filhos contra o meu pai como se fôssemos bonecos sem opinião, como se tivéssemos 10 anos. Agora eu entendo porque dizem que “as crianças sofrem mais”, simplesmente porque a parte inconformada brinca com elas, como se elas não tivessem sentimento próprio. Estou me sentindo assim, um joguete!

Não quero ficar sem falar com meu pai, sem lhe atender ao telefone, pois por mais que ele queira se separar ele não deixou em momento algum de ser o MEU PAI, mas minha mãe em toda a sua ira não cansa de dizer que daqui há algum tempo ele irá nos abandonar, que irá constituir outra família, tudo para tentar me jogar contra ele.

E ela sofre. Ah Deus como ela sofre!! Não passa um único dia sem que se afogue em lágrimas e mais lágrimas, sem que se humilhe para ele em intermináveis telefonemas que sempre terminam em gritos e ofensas.

E eu fico ali, estática, de mãos e pés atados, sem querer me meter e sem saber o que fazer. Como odiar o algoz da minha mãe se ele é meu pai? Mas é isso o que ela espera de mim, e quando tentei lhe abrir os olhos falando-lhe algumas verdades, pois já estava farta de tanta humilhação ela se voltou contra mim.

“Você me odeia! Você quer a minha infelicidade, quer mais é que ele me deixe!”

E fui ofendida:

“Você só quer saber do dinheiro do seu pai! Você se vendeu para ele! Você nunca aceitou o fato do seu irmão ser melhor.”

E aí entra o problema que já perdura há décadas. A predileção dela pelo meu irmão. E nesse momento eu comprei a briga, e gritei e esperneei e a briga acabou chegando a extremos. Ela me bateu, e me bateu muito, com uma fúria fora do comum. Meu irmão berrava meio sem saber o que fazer e eu só dizia: “Deixa, ela quer descontar a raiva do mundo em cima de mim, como sempre fez, a vida inteira!”.

E depois de me espancar, ligou para meu pai e foi chorar arrependida, como se um demônio a houvesse possuído e partido. Ficamos semanas sem nos falar, até que ela veio mais uma vez tentar se chegar para junto de mim. Reuni toda a compreensão do mundo e a perdoei, mas sinto que nossa relação que sempre foi de muita amizade e cumplicidade nunca será a mesma.

Nesse momento só posso contar com meu namorado Fernando. Sem o blog para poder desabafar, ele tem sido um ombro amigo, onde chorei noites a fio.

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Episodio de hoje: Copa América

Quando meu pai esteve aqui convidou a mim e ao meu namorado para passarmos uma semana na Venezuela, onde ele mora, e assistir à Copa América. Ficamos animados, chamei minha amiga Beatriz e já estávamos vendo passagem quando minha mãe descobriu.

Ligou pra ele querendo ir, mas ele disse que não tinha mais lugar no apartamento e para completar ainda falou que em julho quer passar alguns dias com meu irmão.

Alguns minutos depois e ela estava dentro do quarto completamente acabada de tanto chorar e mais uma vez me chamou e pediu para que eu não falasse mais com ele, que ele precisava saber o que era a solidão. E assim minha viagem foi melada, acabou...

Quando era pequena, meu sonho era ser pianista. O som me fascinava! Lembro que a primeira música a me chamar atenção foi “Tema de Lara” que tocava todos os dias no colégio de freiras onde eu estudava em Brasília, para anunciar o momento de entrarmos em sala de aula.

Minha mãe até me colocou em um curso de piano, mas eu era muito novinha, não gostava de teoria e acabei reprovando. E quando você reprovava em teoria, acaba reprovando em prática também.

Eu estava com 12 anos e começando a ter novos interesses. Tudo parecia melhor e mais importante do que a aula de piano. Acabei deixando meu sonho para trás, coisa da qual me arrependo profundamente.

Estava na dúvida sobre que nome dar a esse meu novo cantinho quando lembrei com carinho da minha infância e consequentemente do “Tema de Lara”, que ainda hoje povoa meus sonhos e meus momentos mais ternos.

Aqui pretendo desabafar sobre as mazelas da vida e também das suas alegrias. Abrir meu coração sem pudor, julgar e ser julgada.

Sejam bem-vindos e sintam-se em casa, envoltos por toda a graciosidade e ternura do “Tema de Lara”.