
ACABOU!!! Tenho vontade de gritar, gritar até minha voz sumir: “PASSEI! E passei com 10!!!!!!!!” Mas não posso, hoje ainda tenho a aferição oral para fazer. Vou passar a tarde estudando. Pior, dessa matéria eu não tenho o domínio.
Mas deixa eu contar como foi minha vitória: Fernando veio me buscar e eu já estava no auge do nervosismo. Ficava gritando dentro do carro para espantar a ansiedade, mas não adiantava nada. Ele tentava conversar comigo, mas entrava por um ouvido e saia pelo outro, eu já estava totalmente surda.
Chegamos com meia hora de antecedência, sentei na escada e fiquei olhando as pessoas passarem, e vi quando foram chegando os membros da banca, um a um. E o nervosismo só aumentando. Meu coração batia a mil por hora.
Comecei a reparar nas pessoas em volta. Muita gente ali para defender monografia e todo mundo com aquela mesma cara de desespero. No meio da multidão vi um rosto familiar. Uma amiga, ficamos conversando para passar o tempo, até que... eu fui chamada. Era logo a primeira.
Sentei-me em uma mesa redonda, com meu orientador e os dois outros professores da banca. De repente ele olha pra mim e diz: “Vamos lá Lara, você tem 10 minutos para falar um pouco sobre a sua monografia”.
Respirei fundo e mandei bala. Em seguida vieram as perguntas. Nesse momento eu já estava bem mais calma, o pior já tinha passado. Eu me senti mais confiante, vi que tinha total domínio sobre a matéria.
E eles me pediam opiniões a cerca de determinados assuntos, eu dava e eles aprovavam e a cada “concordo contigo” meu ego subia, já que estavam ali um promotor, uma juíza e um senhor advogado.
No final, o meu orientador começou a falar de futebol e a mostrar pro outro professor que eu entendia do assunto e ele achou um máximo! Falamos do Vasco, do Flamengo, do Eurico Miranda, do Edmundo, do caso Robinho. Virou uma grande mesa redonda! Muito bom!
Eles então pediram para que eu me retirasse, pois iam deliberar minha nota. Saí e dois minutos depois eles me chamaram e falaram que eu tinha ficado com dez! Abri um sorriso de orelha a orelha. É muito bom vermos nosso trabalho sendo reconhecido e dando frutos.
Saí da sala igual a uma flecha para contar a boa nova ao Fernando. Ele ficou super feliz por mim, mas não radiante sabe? Segundo ele estava muito cansado. Fomos jantas no Outback e a “cara de bunda” dele não saía!
Isso começou a me incomodar profundamente. Acabamos brigando. Ele disse que eu não dava valor ao fato dele ter ido até lá comigo, ficado ao meu lado e que eu não entendia que ele estava simplesmente cansado, mas que mesmo assim estava feliz por mim.
Nisso meu celular não parava de tocar. Minha mãe já tinha espalhado a notícia para toda a família e eles não paravam de ligar pra me dar os parabéns. Aliás, vocês conseguiram falar com meu pai logo após defenderem a monografia? Nem eu!
Depois de muito discutir com Fernando decidi que aquele não era o dia. Eu estava feliz demais para aquilo e sem dúvidas ele tinha feito muito indo até lá comigo, tinha sido um fofo e não ia ser eu a ficar reclamando.
Fomos pra minha casa assistir ao jogo do Brasil. Aliás, o que foi aquele jogo? Um primeiro tempo terrível e um segundo tempo onde parecia terem feito mandinga para que a bola não entrasse!
Quando vi o Doni no gol e não o Helton já me irritei. E não é que ele tomou um frango? Bem feito Dunga! Quem mandou deixar o Helton na reserva! Humph! E aquele Wagner Love? Nossa senhora! O Fred deve estar com uma perna quebrada para não ser o titular na posição. Abre o olho hein Dunga!
Só consegui falar com meu pai após o jogo do Brasil. Parece que tinha caído uma torre de celular lá na Venezuela. E ele que ia ao jogo acabou não indo, a obra ficou um caos devido a chuva que caiu e ele ficou preso lá.
E como desgraça pouca é bobagem, minha mãe tinha pedido para eu falar assim pra ele: “Você hoje aprontou uma com a minha mãe hein?”, isso porque ele tinha sido grosso com ela mais cedo e em vez disso eu falei “Você foi grosso com minha mãe hoje?”.
Por causa disso ela brigou comigo e começou com aquelas histórias de que eu quero mesmo que eles se separem. Deixei que ela falasse sozinha e fui dormir. Perdi completamente o saco para esse tipo de atitude dela. Como é que uma mãe pode achar que um filho quer que os pais se separem? Não entendo...
E hoje é dia de ficar estudando até a hora da aferição. Rezem por mim! Prometo que é a última vez que eu peço. Pelo menos até a prova da OAB hehehe!
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